Música no Cinema

Existem determinados compositores que procuram apresentar seus trabalhos de forma parcial para o diretor, como que procurando o aval e a própria aprovação. Um desses compositores era Maurice Jarre, que ao longo do tempo em que trabalhou com David Lean, sempre mostrava sua música ao diretor para uma aprovação prévia dos seus trabalhos. Em 1994 tivemos o filme RIO SELVAGEM, dirigido por Curtis Hanson com Merryl Streep e Kevin Bacon no elenco.

Em 2007 o cineasta sueco Lasse Halstrom dirige o filme UM LUGAR PARA RECOMEÇAR, no elenco Jennifer Lopez, Robert Redford e Morgan Freeman. Foi convocado para compor a trilha sonora o compositor Christopher Young, que muito embora experiente, não agradou ao diretor e teve seu trabalho rejeitado, vamos conferir. Diante do fato foi então contratada uma compositora cuja carreira teve início com curtas em 1997, Deborah Lurie     que estaria emplacando o seu quinto longa metragem.

Para uns, a vida depois dos oitenta poderia parecer um réquiem, mas para John Williams ela continua sendo a fonte de constante inspiração para o melhor da música no cinema. Neste 08 de fevereiro  o compositor John Williams completou 86 anos de uma feliz e premiada existência. Sua trajetória musical é de uma figura vitoriosa, cujo talento acaba refletido pelo reconhecimento unânime de quem indiscutivelmente se traduz numa grande expressão da música no cinema. Neste ano ele está novamente concorrendo na festa do Oscar.

Parece que o ano de 1999 acabou se caracterizando como um daqueles em que o maior número de trilhas sonoras acabou rejeitada. O badalado diretor John McTiernan’s que vinha do sucesso de Duro de Matar filmou 13º GUERREIRO estrelado por ANTONIO BANDERAS. Um filme com um orçamento previsto na ordem de 160 milhões de dólares, cujo retorno acabou frustrando, uma vez que no primeiro final de semana o filme um pouco mais de 10 milhões, o que de certa maneira já sinalizava que haveria um prejuízo à vista.

Indiscutivelmente o compositor Elmer Bernstein ao longo da sua trajetória como compositor de trilhas, acabou acumulando uma série de dissabores, em decorrência da rejeição de suas trilhas para distintas produções cinematográficas, notadamente na década de noventa. Em 1994 talvez ao abraçar a produção intitulada “ADORO PROBLEMAS” de certa maneira já evidenciava que se alguma coisa não desse certo, isso já serie previsível, pois seria mais um problema em sua trajetória.

O diretor inglês Rolland Joffé  que em 1995 trabalhou com o compositor John Barry , por ocasião do filme A LETRA ESCARLATE voltou a ativa em 1998 para filmar MISTERIOSA PAIXÃO. Lembrando que por ocasião de a letra escarlate, o cineasta Joffé havia escolhido o compositor Elmer Bernstein, que teve seu trabalho rejeitado. A indicação de John Barry para substituir Bernstein, supostamente teria partido da própria atriz principal do filme, Demi Moore.

No ano de 1998 tivemos o filme DA MAGIA À SEDUÇÃO, estrelado por Sandra Bullock e Nicole Kidman com a direção de Griffin Dune. Quem foi escalado para compor a trilha sonora desta produção foi o inglês Michael Nyman, um compositor de característica minimalista e que neste seu trabalho, conseguiu até oferecer contornos mais melódicos. Aliás o próprio Nyman chegou a admitir que esta foi uma de suas melhores trilhas já produzidas.

Muitas vezes, um compositor acaba percebendo que uma música não original pode funcionar melhor que a trilha que foi originalmente composta para o seu filme. Quando falamos de uma obra como o “Adágio para Cordas”de Samuel Barber a certeza pode ser confirmada até mesmo pelo próprio número de vezes em que ela já apareceu num filme. Mas, isso pode efetivamente contribuir também, para quebrar a emoção de uma cena se não for bem dosada.

Em  1979 tivemos uma produção inglesa assinada pelo competente diretor inglês Michael Apted, O MISTÉRIO DE AGATHA  filme estrelado por Dustin Hoffman e Vanessa Redgrave. O ator Dustin Hoffman depois de atuar neste filme, estava disposto a abandonar o cinema e retornar aos palcos do teatro. Mas o diretor Robert Benton o fez mudar de ideia convencendo-o a atuar em KRAMER X KRAMER no mesmo ano.

Em 2010 o cineasta inglês Joe Johnston rodou o filme O LOBISOMEM com Benício Del Toro e Anthony Hopkins no elenco. Na realidade era um sonho de criança do cineasta que praticamente ficou impressionado com o filme, entrando na lista dos seus preferidos. Como cineasta e diante do desafio de refilmar, a primeira intenção era de preservar o máximo da versão original do filme de 1941. Depois das filmagens sobraram apenas três semanas para a pós produção e consequentemente a essa altura a trilha sonora do filme confiada ao compositor Danny Elfman estava pronta.