O cineasta norueguês Halfdan Ullmann Tøndel, em seu primeiro longa-metragem para o cinema, ARMAND, E OS LIMITES DA FAMÍLIA, já mostra o quanto poderá oferecer para a sétima arte. A sua genética é cinematograficamente perfeita, já que é neto de ninguém mais do que Ingmar Bergman e Liv Ullmann. O filme trata de um tema mais atual do que nunca, pois muitas escolas acabam se tornando palcos de bizarros acontecimentos permeados por muita violência verbal, física e sexual. O palco das ações é uma escola que consegue estabelecer muitos paralelos com uma parcela da sociedade. Elizabeth, mãe solteira de um garoto de seis anos, que é acusado de praticar atos violentos contra um coleguinha. A direção do estabelecimento, a partir do diretor, a professora e uma enfermeira que cuida da saúde mental dos alunos, vão se reunir com os pais dos dois alunos envolvidos no caso. A reunião acontece numa sala de aula e acaba se transformando num tribunal. Elizabeth estava totalmente despreparada sobre o motivo da reunião, o que acaba gerando uma mistura de sentimentos como dor, medo e preconceito. Elizabeth, por ser atriz, pode tentar dissimular na situação e deixar de ser autêntica, além do fato de ser mãe solteira, quando então a dúvida é sobre os limites da família com relação à educação do filho. Um filme denso, permeado de cenas surrealistas, que tentam expressar o sentimento da personagem central, Elizabeth. Por certo, filme que não estará presente de forma ampla no circuito comercial, seguramente será alvo de profundos debates psicanalíticos em rodas de conversas de analistas. A trilha sonora funcional tem um papel preponderante para acionar a alavanca da emoção. A compositora holandesa Ella van der Woude teve a sensibilidade de selecionar a composição da grega Eleni Karaindru para o filme A Eternidade e Um Dia , para temperar uma das cenas. ARMAND, E OS LIMITES DA FAMÍLIA, a nossa dica cinematográfica disponível na plataforma JustWatch.
