PSICOSE (1960)

Enviado por admin em seg, 10/02/2017 - 14:42
Musica original da trilha sonora de Bernard Herrmann para Psicose.

O filme PSICOSE custou a bagatela de 800 mil dólares e faturou mais de 50 milhões para os estúdios da Universal. A famosa cena do chuveiro tem duração de 45 segundos e foram utilizadas setenta posições de câmera.

A música composta por Bernard Herrmann, que tempera a cena do chuveiro, quando o personagem Norman Bates, travestido, desfecha punhaladas na personagem Marion interpretada por Janet Leigh, é algo digno do mais famoso prefixo musical do cinema. Não por acaso, esta cena levou sete dias para ser concluída. Ao falar sobre o filme, Hitchcock assume que o assunto do filme e a interpretação dos personagens importavam pouco, pois o que realmente importou pra ele, nessa produção, foi a fotografia e a trilha sonora.

O Prelúdio composto por Herrmann tem um papel crucial no suspense da trama, a partir do instante em que a personagem Marion, depois de roubar 40 mil dólares, foge por uma estrada sob intensa chuva. Os acordes do Prelúdio representam o próprio movimento do limpador de pára-brisas, num prolongamento do suspense da cena, quanto mais a viagem da personagem foi prolongada, mais suspense foi acrescentado ao filme.

A música que Herrmann compôs, que leva o nome da personagem Marion, é um adágio cujos andamentos sugerem um quadro depressivo, o que contribuiu para compor seu perfil perturbado.

O tema “Madhouse” para a cena em que aparece a casa sinistra, transpira nas notas toda a loucura encarnada pelo personagem Norman Bates, seja conversando ou transportando a mãe para o porão.

 A cena do carro afundando na lagoa, embalada por acordes que mexem com o estado de espírito dos espectadores, justamente quando o veículo para de afundar. Nesse momento, parece que todos torcem para que o veículo afunde e a música assume papel importante nessa parte da narrativa.

Indiscutivelmente, a trilha sonora de PSICOSE, apesar de não ter conquistado nenhum prêmio, pode ser reconhecida como de fundamental importância para o filme e, sobretudo, trazendo acordes marcantes, como a cena do chuveiro.

Pela primeira vez, em 1989, a Unicorn-Kanchana editou a trilha sonora completa de PSICOSE que foi executada pela National Philharmonic Orchestra sob a regência do próprio Bernard Herrmann.

A importância do trabalho do compositor Bernard Herrmann, para a trilha sonora do filme, pode ser medida pela repercussão que a sua música atingiu, nos dias de hoje presente em salas de concerto onde é apresentada sob forma de suíte sinfônica.

Depois do rompimento da amizade entre Herrmann com Hitchcock, lamentavelmente nenhum dos dois se acertaram no cinema. Um filme aqui e outro ali, mas nada de excepcional. O fator determinante foi que os produtores da Universal cansaram do estilo neurótico e intempestivo de Herrmann, optando por forçar Hitchcock a rejeitar a trilha de CORTINA RASGADA, cuja música acabou confiada ao inglês John Addison. Aconteceu o mesmo com Henry Mancini que teve a trilha de FRENESI rejeitada em detrimento da escolha do compositor inglês Ron Goodwin.