Música no Cinema

O cineasta Wolfgang Petersen já tem um histórico de ser exigente com as trilhas sonoras dos seus filmes. Bem por isso trabalhou com importantes nomes da música no cinema como Maurice Jarre, Ennio Morricone, James Newton Howard e Jerry Goldsmith.Com Jerry Goldsmith ele trabalhou por ocasião do filme FORÇA AÉREA 1, filme de 1997 que tem Harrison Ford e Gary Oldman no elenco.

Talvez o ano de 1996 fique marcado como aquele em que um maior número de trilhas sonoras acabou rejeitada na historia da cinematografia. Por exemplo o filme RANSOM O PREÇO DE UM RESGATE. Mel Gibson é a estrela do filme vivendo um milionário cujo filho é sequestrado. O diretor Ron Howard convidou o canadense Howard Shore para compor a trilha sonora do filme, mas não ficou satisfeito com o trabalho e acabou rejeitando.

No ano de 1988 o cineasta francês Luc Besson filmou Imensidão Azul com Jean Reno no elenco. O produtor americano Jerry Weintraub comprou os direitos do filme para ser exibido nos Estados Unidos, mas ele não havia gostado da trilha e convidou então o compositor Bill Conti para produzir uma outra trilha. O produtor americano mostrou a trilha de Eric Serra para Bill Conti que achou-a  “divertida” . Bill Conti convocou então o músico com quem havia trabalhado em Karatê Kid para fazer um solo com flauta Pan, que prepondera em muitos instantes da trilha.

Em 1981 por ocasião do filme A PROFECIA III, O CONFLITO FINAL o cineasta Graham Baker ficou entusiasmado com o trabalho do compositor Jerry Goldsmith na trilha sonora. Tanto assim que em 1988 o cineasta por ocasião do filme MISSÃO ALIEN, nem pestanejou em formular o convite para que Jerry Goldsmith ficasse responsável pela trilha sonora. Mas desta vez as coisas não correram tão bem como em 1981 e Jerry Goldsmith teve o desprazer de ter a sua trilha sonora para o filme MISSÃO ALIEN, rejeitada.

Em 1986 foi a vez do conceituado John Barry ter uma trilha rejeitada. Aconteceu por ocasião do filme O Rapto do Menino Dourado,  dirigido por Michael Ritchie estrelado por Eddie Murphy. Novamente os produtores entram em cena e acabam boicotando o trabalho de um conceituado e premiado compositor. Você vai ouvir agora a trilha rejeitada de Rapto do Menino Dourado e perceber claramente que a proposta de John Barry foi bastante diferente do compositor escolhido Michel Colombier.

Ao longo da historia do cinema estão registradas muitas parcerias longevas entre diretor e compositor. Em 1968 por ocasião do filme MEU ÓDIO SERA TUA HERANÇA, nasce uma parceria entre o cineasta Sam Peckinpah e o compositor Jerry Fielding. Mas em 1972 por ocasião do filme OS IMPLACAVEIS, com Steve McQueen e Alie MacGraw no elenco, essa parceria foi rompida, quando pela primeira vez na sua trajetória de compositor, Jerry Fielding teve um trabalho rejeitado.

Em 2003 o compositor libanês Gabriel Yared trabalhou por quatro meses na trilha sonora do filme TROYA de Wolfgang Petersen. Apenas em fevereiro de 2004 é que a trilha sonora foi gravada logo em seguida foi marcada uma apresentação da trilha sonora para um grupo focal, que teria a oportunidade de avaliar a trilha sonora.  Independente do aval que tinha sido dado pelo cineasta Wolfgang Petersen, mesmo assim os produtores insistiram que esse grupo focal teria toda a condição de avaliar o trabalho de quatro meses do compositor Gabriel Yared em menos de duas horas.

Um novo fato envolvendo rejeição de trilha, na trajetória de Hitchcock. O fato aconteceu em 1972 por ocasião do filme FRENESI. Se à época do filme CORTINA RASGADA, os produtores sugeriram o nome de John Addison no lugar de Bernard Herrmann, desta vez a situação foi inversa. Os produtores da Universal haviam sugerido o nome de Henry Mancini para trabalhar com Hitchcock na trilha sonora do filme FRENESI. Acontece, que desta vez foi Hitchcock que não gostou da proposta musical de Mancini rejeitando a sua trilha.

Em 1972 o compositor italiano Nino Rota estava cotado para ganhar o Oscar pela sua trilha para o filme de Francis Ford Coppola “O PODEROSO CHEFÃO”. Ocorre que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas responsável pelo prêmio recebeu a informação de que o compositor Nino Rota já havia utilizado anteriormente, os mesmos acordes de O Poderoso Chefão, portanto deixando de ser a trilha original.

Em 1998 tivemos o filme AMOR ALÉM DA VIDA, dirigido pelo neozelandês Vincent Ward, filme estrelado por Robin Williams e Cuba Gooding Jr. Um filme que contou com um orçamento superior a 80 milhões de dólares, quando então o diretor passa a não ter muito poder de decisão quanto a determinadas questões do filme. O compositor Ennio Morricone foi contratado para fazer a trilha sonora, mas como sempre acontece, os produtores entram em cena e colocam em dúvida a funcionalidade da música no filme.